Eunápolis, 18 de
setembro de 2020.
Querido Rafael,
Já
faz 01 ano desde que você nasceu e para nós que o esperamos, nos dá aquela
sensação de que o tempo voou, mas na realidade o tempo é o mesmo, esse senhor
que governa as nossas vidas. Saiba que para vocês bebês, o tempo faz uma grande
diferença. Se eu fechar os olhos, posso ver você com apenas 01 dia de vida. Os
olhos espremidos, tentando se livrar de tanta luz, a boca em busca da mama e o
chorinho, como um miado. Ainda posso ver o olhar dos seus pais transbordando
amor e alegria. E o que falar dos avós? Eles são os presentes dados por Deus
para fazer os bebês e crianças ainda mais felizes.
Imagino
o que você já é capaz de fazer. Nessa fase, já deve estar mais independente e
“dono” do seu narizinho, deve está explorando o mundo, que é sua casa. Já deve
estar balbuciando as palavras de um bebê, que só os pais e avós sabem decifrar.
Assim, a palavra água pode ser na linguagem de vocês: “acua ou apenas a”. A
observação diária e os gestos nos permitem fazer a tradução e assim a gente vai
se entendendo. Posso vê-lo, perambulando pela casa e tudo o que você consegue
aprontar, e, seus pais com um “Rafael, não”, “filho...”
O
seu mundo nunca mais será o mesmo. desde que ficou de pé. Você já deve estar
cantando a canção dos meninos e batendo palmas. O seu beijo no rosto dos seus
pais é tão suave e delicado como o pouso da borboleta em uma flor. Nenhum pai e
mãe não resistem diante de tanto amor. Os dentinhos estão aí a lhe incomodar e
ao mesmo tempo, lhe dando o prazer de mastigar e sentir o sabor dos alimentos.
Você não é bobo e eu posso ver a doce bagunça na mesa e no final, você quase
dormindo sob o prato. Logo mais tudo isso passará e serão apenas lembranças dos
seus pais. Irá para a escolinha e ao chegar lá sairá correndo e nem se lembrará
de sua mãe que ficou no portão com os olhos cheios d’água por saber que não
poderá fazer determinadas coisas por você ou para você. O frenesi da vida o
levará por muitos caminhos, e, um dia, você chegará para sua mãe e dirá: “Mãe,
essa é a Paulinha”.
Enquanto
isso, uma poeminha para você.
Brinca
menino,
Corra
de encontro ao vento
e
o deixe bagunçar o teu cabelo.
Não
pense menino.
A
vida passará.
Brinque
menino e sonhe.
Sonhe
com você grande
lembrando
de você pequeno.
Ame
menino. O amor de menino.
Acredite
em tuas fantasias.
Acalente
o teu ursinho,
e
durma o sono dos meninos.
O
cabelo encaracolado
caído
suavemente na testa
é
testemunho do seu dia menino.
A
boca entreaberta, fala
as
palavras de amor do menino
que
sonha
Durma
meu menino.
Emília Sam
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