Eunápolis,  10de dezembro d2 2021

 

Querida Yubiri

 

Permita-me chamá-la assim, pois se o faço é por ter-lhe estima. O que sei sobre você está relacionado ao olhar e julgamento da Rita, o que me deixa bem confortável. Sei que você é musicsita, está doutoranda e é uma filha longe da mãe e não tem irmão. Eu bem sei o que é viver longe: a saudade, o choque cultural e a incerteza de trilhar  um novo caminho .Mas,   nada como o bom e velho tempo, que é o senhor de tudo, abrindo e curando todas as  feridas e  ensinando a arte de esperar. Como boa aquariana que sou, tenho um dedo no passado, uma mão no presnte e todo o meu ser no futuro. Ai de mim que não consegue ver  esse futuro. Em tempos de crise que vivemos atualmente, sentimos as limitações do ir e vir, bem como o do ser e o estar. Refletimos mais, tiramos nossas máscaras diante de nós mesmos e acreditamos que seremos pessoas melhores. Ainda assim, sou prvilegiada por todos os dias amanhecer sob um lindo sol de primavera  ou sob  a chuva em uma manhãs geladas, o dia ameno e tardezinhas frias e noite gelda. O vento, ora suave e ora turbulento assovia em minha janela do quarto. Acordo e me sinto nos clássios filmes de castelos com fantasmas. Temos também o sol, que insiste em resistir, mas é vencido pela chuva, que pode vir como uma visita inesperada e que nos põe a correr para arrumar a bagunça, que exatamente naquele dia não quisemos mexer. A chuva pode vir de mansinho, caindo aos pouquino e bem fininha, como uma criança que chora aquele choro fino e persitente até não lembra mais porque chora. Porque chora Maria chorona?  A noite quando chega traz consigo o silêncio e, é o momento de nos recolher não só no quarto, mas em nós mesmos, olhar para os nossos fantasmas, o nosso eu e nos deixar cair no sono com sonhos que nos alegram ,nos entristecem ou assustam ,nos fazendo acordar com o coraçao palpitante .A gente acorda e fica feliz por ter sido um sonho. Sou previlegiada, pois da janela do meu quarto vejo as estrelas e o brilho que emana delas que ficam piscando e piscancando. Como uma criança,  torno a dormir como um menino “endiabrado” que passou o dia todo aprontando todas as travessuras e agora dorme o sono dos meninos. O dia amanhece de novo, mas não é o mesmo dia, assim como nãao sou a mesma de ontem, pois, como disse o filósofo “Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou”. Por isso, eu e o dia não somos os mesmos. Vamos, assim nos reconhecendo e nos refazendo todos os dias. Bendito é o Deus que nos premite “trocar de pele” a cada dia e ter a oportunidade de ser melhor, o que nem sempre acontece, é claro.